Arnaldo António de Sousa Narciso


Nascido em Ponta Delgada a 14 de Janeiro de 1937

Frequentei o Liceu de Ponta Delgada de 1947 a 1954

Licenciado pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa como Engenheiro Electrotécnico
e especialização subsequente no Canadá em "altas tensões" electricas.

Em Janeiro de 1966 casei com Teresa Vasconcelos, também natural de Ponta Delgada

Temos dois filhos:
Robert, licensiado em Gestão de Empresas pela Universidade de Guelph, e
Susanne, licensiada em Pscicologia e Sociologia pela Universidade de Toronto

Residimos em Mississauga, Ontario, Canada

Segue o meu "curriculum vitae"

Desde tenra idade sempre tive um grande interesse pela eletricidade, certamente explicável, pelo menos em parte, pelo ambiente familiar, visto que o meu pai era um eletrotécnico muito competente, polivalente, inventor e um prático de primeira grandeza. Foi dele que recebi as pimeiras lições práticas não só sobre eletricidade e mecânica, mas também como trabalhar em enrolamentos, serralharia, fundição, forja, carpintaria, torno mecânico, soldadura e a utilização correta de diversas ferramentas. Tais conhecimentos práticos foram extremamente úteis durante o curso, toda a minha vida profissional e continuam a ser agora na aposentação.

No 6° ano, ao finalizar o curso no Instituto Superior Técnico, fui aconselhado e incentivado por um dos meus professores catedráticos, mentor e orientador da tese, a considerar uma especialização no estrangeiro no ramo que sempre me fascinou - correntes fortes e, particularmente, altas tensões. Ao ponderar a ideia, reconheci que tinha mérito e decidi prossegui-la.

Em Janeiro de 1966, após um noivado de 10 anos, casei com a Teresa Vasconcelos. Do nosso casamento, nasceram dois filhos :

· Robert, licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade de Guelph, é casado e pai de dois filhos : Sophia e Jason
· Susanne, licenciada em Psicologia e Sociologia pela Universidade de Toronto, é casada e mãe de uma filha : Elizabeth.

Na Primavera de 1966 escolhi e decidi vir para o Canadá com a intenção de especializar-me. As razões para essa escolha foram as seguintes : naquela época, o Canadá era um dos países na vanguarda das técnicas das altas tensões, domino bem o inglês e o francês, tenho família em Toronto e em Montreal e sabia de antemão que o meu curso seria reconhecido no Canadá. Fixei residência em Toronto, província de Ontário. Por diversas circunstâncias, o destino assim ordenou que teria de permanecer no Canadá.

Durante alguns anos frequentei a Escola de Graduados da Faculdade de Engenharia da Universidade de Toronto aonde completei várias cadeiras de elevado nível teórico relacionadas com a minha especialidade. Por vezes, considerei a possibilidade de um doutoramento em eletrotecnia. Todavia, após um cuidadoso, honesto exame de consciência e reconhecendo que sou, por natureza, curioso, polivalente e multidisciplinar, cheguei à conclusão que, provavelmente, seria mais feliz, eficaz e "realizado" no domínio da indústria das utilidades públicas do que no meio académico. Por consequência, decidi enveredar pelo ramo das utilidades públicas, nomeadamente, produção, transporte e distribuição de eletricidade.

Eis como a minha vida profissional decorreu no Canadá :

Em 1966, concorri e fui admitido no quadro técnico da Ontario Hydro. Esta companhia gigantesca de utilidade pública, com sede em Toronto, tem a responsabilidade pela produção, transporte e distribuição rural de eletricidade em toda a província (cuja área é aproximadamente 1 100 000 km2 e tem uma população de 13 000 000 habitantes). Durante o período que lá estive (14 anos), havia perto de 12 000 empregados, dos quais aproximadamente 1 000 eram cientistas, engenheiros e técnicos das mais variadas especialidades, na sede, nas centrais nucleares, térmicas e hidráulicas, nas subestações, no laboratório de investigação e distribuidos por toda a província.

Assim, cronológicamente : De 1966 a 1970 : Departamento de Estudos e Planeamento : ocupei a posição de Engenheiro de Planeamento cuja responsabilidade foi estudar e planear redes elétricas, subestações, postos de transformação, etc. na Georgian Bay Region - um território com uma área de cerca de 50 000 km2. De 1970 a 1974 : Departamento de Projetos : ocupei a posição de Engenheiro de Projetos cuja responsabilidade foi o design de redes, subestações, abastecimento de energia a altas tensões a novas empresas, etc. De 1974 a 1976 : Departamento de Equipamento e Materiais : ocupei a posição de Engenheiro de Especificações e Aquisição de Equipamento e Materiais Elétricos - transformadores, cabos subterrâneos, condensadores, apoios (postes, torres, etc.), máquinas elétricas, instrumentos de medida e de proteção, isoladores, seccionadores, disjuntores, pára-raios, etc. De 1976 a 1980 : Departamento de Construções : ocupei a posição de Engenheiro de Construções Elétricas em toda a região do norte da província, desde a fronteira com Quebec a este até Manitoba a oeste (uma distância de cerca de 1 500 km e uma área de 300 000 km2). A minha responsabilidade consistiu na supervisão da construção de linhas de transporte a 220 000 V, redes de distribuição a diversas altas tensões, subestações, abastecimento de eletricidade a novas subdivisões residenciais, postos de transformação para alimentar explorações de minérios, fábricas de papel, serragens de madeiras, indústrias metalúrgicas, refinarias, matadouros de rêses, de suínos e de galináceos, laticínios, lavouras, etc. Embora tivesse adquirido uma experiência invejável, incomensurável e altamente valiosa, foi um período muito difícil na minha vida visto que requereu frequentes e longas ausências da família. Além disso, o Inverno no sul de Ontário é ameno e perfeitamente tolerável; em contrapartida, as condições climáticas no norte são completamente diferentes. As distâncias entre cidades e vilas são enormes e, não obstante as paisagens serem maravilhosas, feéricas e deslumbrantes, o Inverno é rigoroso ; distâncias de 200-300 km (e muito mais !) são comuns, fortes nevões e temperaturas de -40ºC ou -50ºC são vulgares em diversas regiões durante o longo Inverno. Viajei de jipe (transporte típico no norte), de camião, de camioneta, de combóio, de avião, de trenó, de helicóptero, de "skidoo", etc. A Teresa, com o seu feitio jovial, afável, desenrascado, bom conhecimento do inglês e possuidora de carta de condução, foi forçada a ser o "comandante do barco" durante as minhas frequentes e longas ausências. Graças ao seu expediente resoluto, fleumático e apoio imprescindível, conseguimos vencer todos os obstáculos.

Em 1980, aos 43 anos, estava saturado da vida ambulatória, errante e insólita de ermita, de conduzir e/ou de viajar milhares de quilómetros, de aventuras imponderáveis e situações extremamente arriscadas (por vezes, tive sérias dúvidas se sairia incólume de certas situações desastrosas e potencialmente funestas!), de temperaturas frígidas e de enfrentar violentos e perversos nevões. Além disso, e como agravante, estava farto de conhecer dezenas de restaurantes e refeições insalubres, hoteis, estalagens e pousadas no norte. Decidi então procurar uma posição mais "estável e menos aventurosa", de preferência no sul e perto de casa, afim de estar próximo da família. Por consequência : De 1980 a 1990 : Engenheiro-Chefe do Departamento de Projetos e Construções na Mississauga Hydro. Esta companhia de utilidade pública tem a responsabilidade pela distribuição de energia elétrica em Mississauga, a cidade vizinha e a sudoeste de Toronto. Em 1980, abriu-se um concurso para a posição acima mencionada. Como tínhamos comprado uma casa tipo "back-split", recém-construida, em Mississauga em 1975, aonde temos residido desde então, a abertura da posição foi recebida como oportuna e benvinda. Decidi concorrer ao cargo e, provavelmente, baseado na minha experiência, fui o selecionado dos vários candidatos para preenchê-lo. Pela primeira vez na minha vida profissional no Canadá, podia almoçar em casa - apenas 15 minutos do meu gabinete ! Durante essa década de extrema atividade e desenvolvimento, a cidade teve um aumento exponencial de população e de indústria ; afim de satisfazer os acréscimos exorbitantes de consumo de energia e sob a minha direção, planeamos, projetamos e construímos 20 subestações de 20 000/26 600/33 200 kVA, 44 - 8/13,8 kV cada uma, centenas de postos de transformação para abastecer novas subdivisões e/ou bairros residenciais, empresas industriais e comerciais, arranha-céus com apartamentos/condomínios e centenas de quilómetros de novas redes de distribuição (aéreas e subterrâneas). Presentemente, Mississauga continua a expandir-se a um ritmo bastante acelerado, é a quarta cidade do Canadá, a segunda em Ontário e já tem uma população de 725 000 habitantes. De 1990 a 1994 : Engenheiro-Diretor dos Serviços Elétricos da cidade de Niagara Falls com responsabilidades muito mais amplas e complexas do que as anteriores. Como diretor de divisão, fui responsável pelos departamentos de estudos, planeamento, design, projetos, construções, exploração, armazém, garagem, frota de veículos, contadores, inspeções e iluminação pública. Durante este período, fui também professor no Niagara College aonde lecionei várias cadeiras do curso de engenharia eletrotécnica. De 1994 a 2002 : Engenheiro Consultor. Durante este período, além de ter sido o proprietário e engenheiro-diretor da minha própria companhia consultora de eletricidade, fui professor contratado em diversas instituições de ensino superior (Institutos e Universidades). Lecionei várias cadeiras tais como eletrotecnia teórica, medidas elétricas, matemática superior, análise de redes elétricas, máquinas elétricas I (corrente contínua) e II (corrente alternada), aplicações da eletricidade, laboratórios de eletricidade, etc. Foi o período ápice e mais gratificante da minha carreira visto que tive ocasião de ensinar não só a matéria teórica mas também ilustrá-la com inúmeros exemplos concretos da minha vida prática. O meu estilo de ensino despertou muito interesse e entusiasmo nos alunos; ora, isso causou-me muito júbilo e satisfação, especialmente em saber que as minhas aulas, apesar de serem altamente teóricas como exige o currículo, eram úteis e bem conhecidas no campus como informais, interessantes, repletas de exemplos, de elementos práticos e … de algumas histórias jocosas que aconteceram na minha vida profissional ! Foi um período deleitável que jamais esquecerei.

Em 2002, após 36 anos de serviço e como a Teresa já estava aposentada havia alguns meses, decidi também aposentar-me … oficialmente (por lei, aos 65 anos). Durante vários anos, dediquei-me à investigação em diversas áreas que me interessam : Em matemática : séries e integrais de Fourier, transformações de Laplace, funções de Bessel, equações diferenciais e integrais, geometria diferencial, cálculo matricial, cálculo tensorial, funções de variáveis complexas, etc. Em eletricidade : análise de redes malhadas, fenómenos de coroa, eletricidade atmosférica, perigos e efeitos fisiológicos da eletricidade, coordenadas simétricas, eletromagnetismo, equações de Maxwell, regimes transitórios, proteções de distância, etc. Em física : produção de energia elétrica por fissão e fusão nucleares, radioatividade, perigos e efeitos fisiológicos das radiações, meios de proteção, medidas, mecânica quântica, teoria das cordas, etc. Em astronomia : astrofísica, cosmologia, mecânica celeste, exobiologia, teoria da relatividade (restrita e generalizada), etc. Além disso, sou "astrónomo-amador" e, ocasionalmente, entretenho-me a observar o céu noturno com o meu telescópio. O apogeu deste hobby foi a observação do cometa Shoemaker-Levy 9 quando colidiu com o planeta Júpiter em Julho de 1994 - um espetáculo inédito, inolvidável e observado/estudado por astrónomos de todo o mundo. Apesar de ser um leigo em música, aprecio e gosto muito da música clássica, especialmente do período romântico (Rimsky-Korsakoff, Tchaikovsky, Berlioz, Liszt, Beethoven, Saint-Saëns, Chopin, Debussy, etc.). Para mim, ouvir música clássica, tem um efeito apaziguador e relaxante.

Durante os primeiros anos após a aposentação, fui convidado a lecionar vários semestres de aulas sobre diversas cadeiras de engenharia eletrotécnica como professor contratado, substituto, agregado ou visitante. Foi uma experiência emocionante e indescritível para mim, que tinha terminado a minha vida profissional havia pouco tempo, ensinar jovens futuros engenheiros e engenheiras que iriam, em breve, iniciar as suas próprias vidas profissionais.

A Teresa diplomou-se pelo George Brown College e especializou-se em educação infantil. Trabalhou para a Direção Escolar de Toronto durante 31 anos e aposentou-se em 2001.

De 1966 a 1976 fui o presidente da comissão das festas do Senhor Santo Cristo em Toronto - a maior e mais elaborada festa religiosa anual da nossa comunidade portuguesa que atrai milhares de visitantes do Canadá e dos Estados Unidos.

Sou filiado ou/e membro das seguintes instituições: "Association of Professional Engineers of Ontario" (P.E.O.). Esta organização reconheceu, deu equivalência ao curso de Eletrotecnia do Instituto Superior Técnico e concedeu-me licença de tomar responsabilidade de qualquer projeto dentro da minha especialidade na província de Ontário. Além disso, tenho direito ao título de P. Eng. (engenheiro profissional) e a um carimbo especial para autenticar e/ou aprovar documentos e/ou desenhos que acompanhem qualquer projeto sob a minha responsabilidade. Sou membro desde 1966. Temos mais do que 80 000 engenheiros profissionais das mais variadas especialidades inscritos na província de Ontário. "Ontario Society of Professional Engineers" (O.S.P.E.). Esta organização é uma vertente e semelhante à anterior, mas não tem poder de licenciatura. Sou membro desde 1970. "Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc." (I. E. E. E.), New York, U. S. A. Estão afiliados com esta prestigiosa organização internacional, 400 000 engenheiros eletrotécnicos de quase todo o mundo (160 países). Sou membro desde 1966 e, presentemente, como estou aposentado, tenho o título de "Membro Vitalício" (Life Member). "National Geographic Society", Washington, D. C., U. S. A. Sou membro desde 1970. Antigo membro do "Toastmasters International" cuja finalidade é de aperfeiçoar os discursos e apresentações em público. Antigo membro do "Mathematics Club" de Toronto. A finalidade deste clube é óbvia. Todos os interessados em matemática são benvindos. Antigo membro do "Canadian Astronomical Society" que abrange astrónomos-amadores interessados em observar os astros, trocar dados e/ou informações com outros membros, sobre assuntos de astronomia.

Durante os últimos anos tenho-me dedicado cada vez mais aos meus netos. Assim, sou o chauffeur que os conduz a passeios, a parques, à escola, às aulas de ginástica, de karaté, de natação e de português. Tanto a Teresa como eu falamos com eles em inglês e em francês, as duas línguas oficiais do Canadá e em português, a língua pátria dos avós. Confesso que algumas das nossas conversações são verdadeiramente chistosas, risíveis e impagáveis !

Conhecimento de línguas: português, inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. Estou a pensar sériamente em aprender chinês ou outra língua estrangeira afim de manter a minha argúcia. Ainda não fiz uma decisão final. Segundo estudos feitos e demonstrados, uma das melhores maneiras de manter a agudeza de espírito na aposentação é aprender uma nova língua estrangeira ou, pelo menos, manter-nos ocupados com qualquer actividade aprazível e/ou interessante.

Como sempre fui um grande entusiasta da educacão física, ao longo dos anos tenho praticado ginástica e vários desportos tais como futebol, voleibol, basquetebol, basebol, ténis, golfe, natação e karaté. Também pratiquei jogging e participei em diversas "maratonas", algumas das quais patrocinadas pelos hospitais locais, para angariar fundos para fins caritativos e/ou de investigação destinados às curas do cancro, das doenças cardíacas e/ou juvenis, das doenças de Alzheimer, de Parkinson, esclerose múltipla, etc. O meu desporto favorito é o basebol.

Reconheço que estou no crepúsculo da minha vida e, naturalmente, já não participo em "maratonas"; porém, acredito veementemente que, dentro do possível, devo manter-me em boas condições físicas e mentais. Para isso, permaneço ativo e dou regularmente os meus percursos a pé (5 a 10 km) durante a Primavera, o Verão e o Outono e no tapete rolante, na bicicleta estacionária e em outro equipamento na minha sala de ginástica, durante o Inverno.

Através dos anos tenho sido o autor de inúmeros artigos escritos em francês e em inglês e feito palestras/conferências, também em francês e em inglês.

Exemplos de alguns artigos em francês: "L'Énergie Nucléaire" "Brève Histoire de l'Astronomie" "L'Exobiologie" "Les Changements Climatiques - Leurs Causes et Conséquences" "L'Atmosphère Terrestre - Sa Composition et Structure" "Le G. P. S." "Le Requin - le Cauchemar de la Mer" "Halloween" "Enquête sur l'Extinction des Dinosaures" "L'Énigme de l'Atlantide" "La Lumière - Un Cadeau Précieux de la Nature" Etc.

Exemplos de alguns artigos em inglês : "Fault Analysis by ?, ?, 0 Components" "Corona Effects in E.H.V. Transmission Systems" "Protective Relaying Applied to Electrical Power Systems" "The Application of Symmetrical Components to Unsymmetrical Faults" "The Physiological Effects of Electric Shocks" "Atmospheric Electricity" "Astronomical Events Explained by Einstein's Theory of Relativity" "The West Nile Virus" "The Greenhouse Effect" "Has Man Conquered Space?" "An Introduction to Particle Physics" Etc.

Como sempre fomos ávidos amantes do Natal, todos os anos, a Teresa e eu decoramos a nossa casa e jardim frontal, erigimos uma árvore de Natal e construímos um presépio razoavelmente grande (5 m × 2 m), eletrificado e muito "giro" - um período de grande regozijo para toda a família e, particularmente, para os meus netos, que se consideram os meus "ajudantes" na montagem do presépio e da árvore de Natal ! Presentemente, estou a escrever, também em francês, sobre a quadra festiva do Natal, suas origens, significado e história das diversas componentes (o Pai Natal, a árvore, o presépio, os reis magos, a estrela de Belém, os presentes, os cartões de boas-festas, etc.), sua evolução através dos séculos e como é festejada em vários países do mundo cristão.

Residimos em Mississauga há 40 anos e temos acompanhado a expansão e o desenvolvimento da cidade a um ritmo imprevisível e quase inacreditável.

A Teresa e eu temos viajado extensamente. Além de conhecermos várias províncias no Canadá e vários estados nos Estados Unidos, já visitamos 18 países na Europa e na Ásia, 6 países nas Américas do Norte e Central e temos tomado parte em cruzeiros fluviais, lacustres, no Oceano Atlântico, no Mar das Caraíbas e no Mar Mediterrâneo.

Não obstante a nossa ausência de S. Miguel há quase 50 anos (no meu caso, há 60 anos), é sempre com muito interesse que tentamos acompanhar o desenvolvimento e o progresso dos Açores, em geral, e S. Miguel, a nossa ilha natal, em particular.

Temos um pequeno grupo de amigos, alguns dos quais são antigos alunos do nosso Liceu, incluíndo a minha irmã (que vive com a sua família em Toronto) e que é também uma antiga aluna. Por vezes, reunimos as famílias para um churrasco, uma sardinhada ou um piquenique sob a latada no nosso quintal, um almoço ou passar um serão. As conversações acabam invariavelmente nas anedotas (a minha irmã tem uma coleção extraordinária); entretanto, elas abrangem sempre a vida de então, as festas e arraiais do Espírito Santo nas várias freguesias, as incomparáveis e fervorosas festas do Senhor Santo Cristo, os filmes no Coliseu (alguns em 32 partes !), os célebres bailes e "assaltos" do carnaval, os passeios na avenida, os banhos do mar na piscina de São Pedro, no Estradinho e, digamos a verdade, no "calhau da Calheta" (às escondidas do "Cabo do mar", claro !), os jogos de futebol entre turmas e entre o Liceu e a Escola Industrial na "mata da doca" ou no "campo do Marquês da Praia", as pessoas da nossa geração que conhecíamos em S. Miguel e na vida de estudante no Liceu de Ponta Delgada ; é sempre com muita saudade e nostalgia que nos relembramos dos colegas, contemporâneos, professores, contínuos, funcionários, etc., e … das peripécias que passamos (incluindo as temerosas chamadas imprevistas e os esticanços ou estenderetes resultantes !) e das aventuras que nos arriscávamos quando éramos jovens ! Algumas das amizades iniciadas no Liceu têm perdurado até hoje ; além disso, ainda mantenho contato e/ou correspondência com alguns antigos colegas e contemporâneos.

Não obstante as inúmeras ocasiões em que tive severas apreensões antes dos exercícios, das chamadas e/ou dos exames, considero os anos que passei no Liceu de Ponta Delgada como os melhores da minha vida, e, se bem que houvesse pequenas rivalidades entre turmas, a amizade e a camaradagem entre alunos eram genuínas e irrefutáveis. Considero-me com muita sorte e honra em ter conhecido e feito parte de um dos melhores grupos de colegas e contemporâneos que se possa desejar. A vasta maioria dos que conheci eram boas pessoas e bons amigos - em suma, indivíduos com caráteres e qualidades excecionais, dos quais tenho as melhores recordações.

Como diz o velho adágio : "Memini vivere est" - "Recordar é viver".

Número do telefone (Residência) : (905) 275-9450

Número do telemóvel : (647) 839-3031

E-mail (Correio eletrónico) : arnold.narciso@sympatico.ca

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